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No ano novo.

Os fogos brincavam no céu e faziam um barulho danado. Luzes gritavam sua felicidade.
Já era ano novo e todos cumprimentavam-se com cordialidade.
Crianças corriam entre os bancos da igreja e agarravam-se arriscando alguns dizeres de adultos, saudações aprendidas com os mais maduros.
Famílias procuravam-se no meio da multidão e uniam-se num afago coletivo. Algo bonito de testemunhar.
Eu, no entanto, caminhava triste. Uma melancolia grudou no meu humor e eu a deixei ali.
Música. Dança. Pregações. Nada trazia qualquer ânimo ou alegria.
Correspondi aos gestos carinhosos, mas nada demais. Tentava ser educado.
Comemoravam a chegada de um novo ano eu ainda carregava fardos desgastados pelo tempo.
Ergui a cabeça. Pensei ter ouvido meu nome. A voz era fraca, porém firme. Sim, alguém havia me chamado.
Vinha na minha direção o irmão Benigno.
Sempre o admirei. Seus passos eram cansados. Passos lentos e um tanto arrastados, mas conheciam muito bem os caminhos de Cristo, as trilhas da paz.
De longe ele já sorria pra mim e deixava claro a sua intenção de se aproximar.
Fui cercado por aqueles braços acostumados a lutar. Um abraço bondoso oferecido com a calorosa ternura dos mais velhos. Ele demonstrou um afeto verdadeiro. Abençoou-me.
Escutei-o dizer palavras que transformaram o meu coração.
Fui aquecido e renovado. Ele libertou meu sentimento e pude chorar encostado na sua blusa de lã com cheiro de sabão em pó.
Jamais esquecerei aquela noite.
Ele se foi, mas o seu abraço continua em mim.
Thiago Grulha

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