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O reencontro.

A blusa é nova, eu reparei. Você nem imagina, mas eu sei qual é a sua cor favorita e adoro o cheiro do teu perfume. É engraçado quando, de longe, ouço alguém perguntar: – Está triste? Dá uma vontade de explicar o que para meus olhos é tão óbvio: – Não, ela está apenas cansada. Quando está triste, não vai a lugares cheios e costuma caminhar sozinha durante a noite, pára na praça onde corria quando criança e tem o costume de olhar pra lua. Sim, eu sei de tudo isto. Há muitos anos, vi teu rosto ganhar uma expressão empolgada no instante em que o filme caminhava para um final feliz. Eu não sei o que aconteceu na tela, eu estava distraído no teu sorriso. Me senti incrível por ter ido contigo ao cinema, mesmo sendo uma excusão da escola. Não me sentei do teu lado, mas foi tudo mágico. Não te ofereci pipoca, você prefere chocolate. Tempos depois, te aplaudi loucamente no dia da tua formatura e agradeci a Deus por tua vida. Não me aproximei, pois foi um amigo da tua turma que me convidou e você mal lembra quem sou eu. A distância entre nós aumentou, mesmo eu não querendo. Releio as cartas que escrevi, mas nunca entreguei. E mesmo debaixo de protestos revoltados dos colegas de faculdade, ainda guardo as tuas fotos comigo. Você cresceu e nossas conversas de adolescentes foram esquecidas. Nos encontramos sempre, mas apenas eu te enxergo de verdade. Continuo conhecendo tuas manias. Sei das coisas que gosta.  Como disse, eu reparei que esta blusa bege é nova e acredite, eu seria o primeiro a surpreendê-la exclamando: – Que linda, cortou o cabelo. Arrebentou! A festa está animada. Todos se abraçam recordando aventuras do passado. E eu aqui, no canto deste salão cheio de bexigas cafonas, pensando que pra mim nada mudou e é você que eu quero. Tomei coragem. Vou até ela.  – Olá! Tudo bem? Lembra de mim? Nós costumávamos brincar no quintal da casa da tua avó.  – Espere um pouco! Mas você usava óculos e tinha sardas. Não acredito que é você! Mora na cidade? – Sim, eu moro. Na verdade, moro três ruas atrás da tua. Nunca me viu? – Que legal! Tenho a impressão de que realmente te vi em alguns lugares, mas não te reconheci. Que bom que veio falar comigo. Não sou muito fã de festas assim. E pra piorar, acabei de derrubar refrigerante na minha blusa. – Sério? Que pena. Ela é nova, não é? – Você reparou??!!! – Claro. E parabéns! O teu cabelo ficou maravilhoso com este novo corte. Quer sair um pouco e andar comigo? – Quero sim!  – Então vamos! Hoje você irá olhar para lua, mas só sentirá alegria. Ela sorriu! Thiago Grulha

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